Esta fotografia tem precisamente 80 anos. Foi tomada por um soldado japonês, a pedido do oficial executor, em Aitape, que era então uma pequena povoação costeira nas costa norte da Nova Guiné sob controle japonês. Sabe-se que o executor se chamava Yasuno Chikao, mas pouco mais se sabe dele, nem mesmo há certezas sobre o que lhe veio a acontecer posteriormente. Em contrapartida, sabe-se que o executado era o sargento australiano Leonard Siffleet de 27 anos, que fora capturado cerca de duas semanas antes. Participava numa operação clandestina em território inimigo, em que lhe competia verificar e reportar o dispositivo militar que os japoneses haviam instalado naquelas paragens, depois de as haverem conquistado durante o primeiro semestre de 1942. Siffleet nem sequer fora capturado directamente pelos japoneses, mas sim por nativos hostis às suas actividades que o haviam entregue posteriormente, com a sua equipa, aos japoneses. A fotografia só chegou ao conhecimento dos Aliados em Abril de 1944, descoberta na posse de um oficial japonês morto - também é daquelas fotografias que, se encontradas na posse de um inimigo, se ele não estiver morto, passa rapidamente a estar... É uma daquelas fotografias simbólicas da Guerra do Pacífico, demonstrativa de como os códigos de conduta para com os prisioneiros de guerra não se encaixaram de todo entre os dois lados beligerantes. Depois de 1945, estas fotografias tornaram-se incomodativas na sua verdade cruel, pois os japoneses passaram a ser aliados dos americanos e australianos.
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