30 outubro 2023

A APRESENTAÇÃO DO TÃO AGUARDADO «GUIÃO» PARA A REFORMA DO ESTADO

30 de Outubro de 2013. Depois do slogan ter sido continuamente brandido sem nunca ser concretizado, Paulo Portas vê-se compelido pelo próprio Passos Coelho a apresentar um documento que sustente aquilo que se entenderá por reforma do Estado, no formato de um guião de 112 páginas. Houve quem, mais do que o ler ou então tentar ler, e antes de desistir, tivesse montado uma nuvem de palavras com o conteúdo do documento. Ao fim destes dez anos que hoje se completam, a nuvem funciona como uma síntese da mediocridade do conteúdo, um encadeado de truísmos, desprovidos de qualquer séria fundamentação política. E em escassas 112 páginas nunca caberia qualquer indicação, ainda que sucinta, de como implementar o preconizado. No momento em que Paulo Portas precisava de mostrar a sua densidade política, demonstrou que não tinha qualquer densidade ideológica ou qualquer outra, não passava de um tacticista, com uma grande determinação pelo poder - também se poderia dizer um cabrão sem escrúpulos - acompanhada de uma grande habilidade para manipular a comunicação social (de onde viera para a política, aliás). De resto, não havia mais nada, como se acabara de ver quatro meses antes, no episódio da demissão irrevogável. Metaforicamente, tantas, tão unânimes e tão arrasadoras eram as críticas ao conteúdo do guião, que parecia que todos os amigos políticos que forjara ao longo da sua ascensão se haviam concertado no momento para arriar em Paulo Portas, agora que ele estava no chão. Desde então, não houve promoção (como esta abaixo) que conseguisse recuperar a reputação daquele que fora, mais do que líder, antigo proprietário do CDS/PP.

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