Afinal, o tão aguardado julgamento que oporia a Dominion (empresa de equipamentos electrónicos de votação) à Fox News (o canal televisivo de notícias mais visto dos Estados Unidos) não terá lugar. Foi uma decisão arrancada à última da hora e o melhor que a Fox News pode dizer do desfecho é que terá conseguido reduzir para um pouco menos de metade o valor da indemnização pedida originalmente pela queixosa. O resto é uma completa e humilhante derrota para a estação televisiva, que terá sido compelida a aceitar este acordo mesmo em cima do julgamento, transmitindo-nos a impressão que o mesmo seria um prosseguimento do terrível "lavar de roupa suja", que degradaria ainda mais a imagem pública da Fox, de quem a dirige e de muitas das suas estrelas do ecrã. Enfrentando um inimigo a sério, empenhado em os denunciar, descobriu-se não só que muita informação que a Fox News veiculava era falsa e/ou forjada, que internamente se sabia que o era, como ainda que muitos daqueles que haviam sido encarregues de a veicular tinham uma opinião diametralmente oposta ao que transmitiam às audiências. Espero que este seja um momento de reversão de uma tendência socialmente tolerante para com as mentiras mais evidentes que grassou neste último decénio. Seria um retorno a uma certa decência. As pessoas são livres de acreditar no quiserem mas a ética não deixa de existir só porque uns 15 ou 30 milhões de eleitores de um (grande) país qualquer não querem saber o que isso é.
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