A história dos recebimentos indevidos de Mariana Mortágua surgiu há um pouco mais de um ano, em Março de 2022 (abaixo, pode ler-se o que eu comentei então e que considero que se mantém pertinente quanto à indesculpabilidade de Mariana Mortágua) e o assunto parece ter ficado adormecido desde aí. A reacção institucional dos bloquistas a este desenvolvimento que agora surge - «mais um dos episódios de perseguição política de que Mariana Mortágua está a ser alvo» - é o blábláblá que se esperaria das circunstâncias. À hora a que escrevo, o Público ainda não incluiu a notícia acima: por ali, e ao contrário do que o porta-voz do Bloco se queixa, continua a considerar-se a Mariana Mortágua muito fofinha como é tradição: (1) (2) (3) Só muito contrariados é que falam mal dela...
(R) A notícia da acumulação ilegal de rendimentos de Mariana Mortágua é arrasadora para a imagem impoluta da própria, tanto mais que (percebe-se pela sua leitura) há vários outros colegas seus que têm precisamente a mesma actividade que ela, mas sem incorrerem em qualquer ilegalidade. Nem a manobra de limpeza da reputação que foi lançada rapidamente para a comunicação social, consegue ultrapassar a hipotética pergunta: porque é que os outros cumpriram e ela não? Ou então a pergunta (subjacente à sua justificação) sobre o que é que ela entenderá por exclusividade? Porque é que não optou - como os outros deputados - por a abandonar? Ou, ainda, e tomando a palavra - e a condição de - exclusividade pelo significado comum, se a atitude agora é a da deputada disponibilizar-se para comentar gratuitamente na TV, porque é que ela não começou precisamente por aí? Vimo-la a fazer perguntas muito mais ferinas nas comissões parlamentares em que participou. Enfim, utilizando as suas próprias palavras contra si, numa tirada que a popularizou diante de um Zeinal Bava a fazer-se de idiota (acima), pode-se-lhe perguntar se tudo isto não «é um bocadinho amadorismo» para quem já é deputada há oito anos e meio e devia saber o que a casa gasta, «não é»?...
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