O "Mossamedes" era um navio de 4.600 toneladas, construído em 1895 na Escócia e que navegara até 1915 com bandeira britânica. Desde aí passou a navegar com pavilhão português, fazendo a carreira de África. De retorno de Moçambique, o navio largara da cidade do Cabo na África do Sul em 20 de Abril, com 237 pessoas a bordo entre passageiros e tripulação, quando quatro dias depois (ou seja, há precisamente cem anos), o «Mossamedes» se perdeu em Cabo Frio, na Namíbia, numa perigosa região costeira arenosa que é apropriadamente conhecida de Costa dos Esqueletos por causa dos mais de mil naufrágios (registados) ali ocorridos. No próprio dia 24 foram enviados pedidos de socorro e houve que evacuar apressadamente o navio. Das 237 pessoas que seguiam a bordo, 7 vieram a afogar-se quando do delicado processo de transferência para as baleeiras, uma das baleeiras, transportando 24 pessoas, veio posteriormente a desaparecer sem rasto. Os 206 sobreviventes foram salvos pela canhoneira francesa Cassiopée, pela canhoneira portuguesa Salvador Correia e por navios de pesca de Porto Alexandre (Tômbua) no Sul de Angola. Sinal de como se viviam tempos em que a velocidade da informação era muito mais vagarosa, a 27 de Abril as notícias que os jornais portugueses publicavam sobre o naufrágio, contavam ainda imensas imprecisões sobre o que acontecera.
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