Talvez por coincidência, ou talvez não, no dia seguinte ao da publicação do comunidado do Comando-Chefe das Forças Armadas em Moçambique, o Diário de Lisboa dá destaque a um acontecimento que tivera lugar dois dias antes na Guiné, patrocinado pelo Grupo CUF que se fizera representar na cerimónia pela figura cimeira do empresário Jorge de Mello que, «para o efeito, se desloca(ra) propositadamente a Bissau». Nessa cerimónia, a CUF oferecera 15 mil hectares (0,4% da área total da Guiné) ao governo provincial para a sua «exploração em regime comunitário». Uma pequena reforma agrária. Era a CUF que doava as terras mas as atenções haviam-se concentrado em António de Spínola, Governador e Comandante-Chefe, cujo discurso da ocasião ocupa a parte substancial da notícia, não fosse ele o objecto da notícia. A iniciativa talvez tivesse tido repercussões significativas na evolução do processo político na Guiné se tivesse sido implementada uma meia dúzia de anos antes. Em 1973 a guerra na Guiné já contava 10 anos, dos quais 5 anos sob o comando de Spínola.
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