Independentemente da narrativa principal (uma história de um amor homossexual impossível num campo de prisioneiros japonês durante a Segunda Guerra Mundial), o que mais me marcou neste fim de filme (Merry Christmas, Mr Lawrence de Nagisa Ôshima, de 1983) é a forma como termina, com o paralítico da expressão infantil e sorridente do Sargento Hara, que havia sido um algoz no campo e que era agora condenado à morte pelo seu comportamento, que aceitava disciplinadamente o seu destino, mas que, depois de dizer uma piada despropositada - ou muito profunda... - e com um sorriso desconcertante, sob os acordes iniciais da música de Ryuichi Sakamoto, demonstrava como lhe escapavam de todo as razões dos que o condenavam… Uma cena que seria outra sem a música que a acompanha.
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