09 janeiro 2022

QUANDO A ALBÂNIA APARECE NOS NOTICIÁRIOS...

...raramente é por uma boa razão. O país passou do comunismo para o capitalismo, mas continua a ser o mais atrasado da Europa, e esta história que nos é contada pelo canal Euronews não se me afigura lá muito convincente (faz mais sentido tratar-se de uma guerra entre facções rivais, em vez d«o descontentamento pelas lutas internas no partido»...). Sobretudo, torna-se-me irresistível relembrar os outros tempos em que a Albânia era conhecida por um eremitismo marxista-leninista caricato, de propaganda bombástica, ridícula e kitsch. Se já foi um absurdo ter continuado a acreditar no comunismo em versão soviética à medida que os indícios contrários se acumulavam, foi preciso ter-se sido mesmo muito estúpido para ter acreditado nesta outra versão recôndita.  
(O postal evocativo pertence originalmente ao blogue Verão Quente e outras Estações)

1 comentário:

  1. A Albânia actual é uma confusão, a contrastar com o molitismo dos tempos de Enver Hoxha. Divide-se entre dois partidos, este Partido Democrático, de direita e predominante a Norte, e o Partido Socialista, de esquerda, mais dominante a Sul e que reciclou muitos antigos militantes do tempo do partido único. É este último que está no poder há já vários anos, com o primeiro-ministro Edi Rama, com formação em belas-artes. A oposição já organizou inúmeras manifs contra o governo, decoradas com bandeiras da UE, EUA, etc, acusando-o de estar a protelar voluntariamente a candidatura da Albânia à UE por pressões ou chantagens da Rússia. O governo vai tentando adiantar trabalho formando uma união económica com a Macedónia e a tradicional inimiga Sérvia com vista precisamente à adesão à UE. Entretanto, faz parte da NATO e cedeu a principal base naval à também membro Turquia, e pelo meio existe um complexo onde vivem centenas de dissidentes iranianos, de um grupo mais ou menos esquerdista de oposição ao regime do Irão que ali está a pedido dos americanos. Ao lado, claro, os irmãos de segunda do Kosovo (que na prática constituíram uma "grande Albânia" e outras comunidades albanesas no Montenegro e Macedónia.

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