8 de Janeiro de 1947. A notícia do dia é a demissão do secretário de Estado americano James F. Byrnes e a escolha surpreendente do general George Marshall para lhe suceder. Embora as razões oficiais para a saída de Byrnes fossem a sua saúde, a verdadeira causa prendia-se com as (más) relações funcionais entre o presidente Harry Truman e o seu secretário de Estado. A escolha de Marshall, um antigo chefe de Estado Maior do Exército durante a Segunda Guerra Mundial e que então se encontrava na China como enviado pessoal do presidente, encarregado de negociar um acordo entre nacionalistas e comunistas que evitasse a eclosão de uma guerra civil, foi acolhida com surpresa. A intenção de Truman, com a escolha de um militar para o cargo, era de alguma forma despartidarizar a condução da política externa, depois dos democratas terem perdido a maioria no Congresso nas eleições de finais de 1946. Mas a admissão de militares nos altos escalões da administração americana também gerava o efeito inverso: o de provocar comentários a respeito das perspectivas políticas das altas patentes saídas da, e popularizadas com a, Segunda Guerra Mundial. Note-se como na notícia e logo no título, se lia a referência que a nomeação de Marshall podia ser «apontada por alguns» como «o primeiro passo para a presidência». Uma previsão que não se viria a verificar no caso de Marshall, mas a verdade é que o sucessor do presidente Truman será o general Dwight Eisenhower. A cena da tomada de posse, que vemos abaixo, teve lugar duas semanas depois.
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