11 janeiro 2022

COMO O JOÃO RENDEIRO JÁ FOI «PRESO PARA A TELEVISÃO», PARECE QUE O RESTO JÁ NÃO INTERESSA...

Vale a pena recordar que se completa hoje, a 11 de Janeiro, precisamente um mês sobre a magnífica operação de relações públicas que se sucedeu à prisão de João Rendeiro na África do Sul. Ocasião em que o primeiro-ministro se apressou a «felicitar a Polícia Judiciária» e que se tratava de «um sinal de que se podia confiar nas instituições e que tínhamos de as deixar funcionar». Na notícia abaixo, temos essas mesmas instituições a funcionar: em letras muito mais pequeninas do que as parangonas de há um mês e numa redacção quase casual, ficámos a saber que «Portugal ainda não enviou para a África do Sul o pedido de extradição de João Rendeiro». Um mês!... E a pergunta é: não há nenhum director que se disponha neste caso a dar «uma conferência de imprensa de manhã, RTP às 13H, CMTV às 17H, CNN às 19H, etc.» explicando porque é que ainda não se apresentou o pedido de extradição? E António Costa não quer felicitar ninguém em particular pela demora de um mês para apresentar tal pedido? Ou isto é para ser tratado como o prazo da entrega de uma declaração de IRS (das antigas)? (Guarda-se para os últimos dias) Sobretudo: como é que os jornalistas não se colocam estas mesmas questões? E porque não as põem especialmente a quem se promove quando as circunstâncias são precisamente as opostas? É que, se só andam nisto para «ver passar os comboios», não são precisos para nada. E, pelos vistos, Rui Rio estava mesmo errado quanto ao «azar de Rendeiro». Se deixadas «a funcionar» por si, as coisas parecem tender a correr tão mal que nem António Costa as consegue aproveitar depois como peças de propaganda...

4 comentários:

  1. E temos sorte que João Rendeiro foi preso num país de língua inglesa. Vejam lá se ele fosse preso na Rússia ou na China, países com línguas estranhas para as quais é difícil traduzir um pedido de extradição...

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  2. (Guarda-se para os últimos dias)

    Mas claro, é sempre assim que a justiça portuguesa sempre faz. Põe as pessoas em prisão preventiva o mais tempo possível e, depois, pede para elas ficarem em prisão preventiva mais um bocadinho de tempo. Ao fim e ao cabo, já se sabe de qualquer forma que eles são criminosos, portanto não faz mal que fiquem mais uns mesitos em prisão preventiva.

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  3. E não é que com o passar dos tempos tendo cada vez mais a dar como pertinentes os comentários do Luís Lavoura. Se calhar são sinais da bizarria dos tempos que correm...

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  4. Que o Lavoura tem melhorado, parece-me opinião consensual. Agora, quanto às causas, é que o assunto parece ser mais controverso. Atribui essas melhoras a um sinal da bizarria dos tempos que correm.

    Outro dia especulei que a causa se devera a uma mudança na sua medicação. Ambos podemos estar certos... e ambos podemos estar errados.

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