14 de Outubro de 1940. O bombardeamento continuado, predominantemente nocturno, das cidades do Reino Unido pela Luftwaffe - a «blitz» - começara há pouco mais de um mês. A população estava ainda a habituar-se à rotina de, ao entardecer, se recolher aos abrigos que, no caso de Londres, numa maioria das vezes, se localizavam nas estações subterrâneas do metropolitano. Quis o acaso que, pelas 20H02 de há precisamente oitenta anos, uma bomba alemã de 1.400 kg tivesse caído e explodido precisamente por cima de uma dessas estações londrinas, a de Balham. A capacidade destrutiva da explosão acabou por ser ampliada pela cavidade que estava por baixo, destruindo as tubagens da água e dos esgotos que, para além dos aluimentos de terra, inundaram a estação onde muita gente se refugiara. Na confusão que se seguiu, mais de 400 pessoas conseguiram sair da estação destruída, contudo morreram entre 64 a 68 pessoas, a maioria das quais, afogadas. Mas a imagem deste desastre, que virá a ser também uma das fotografias mais simbólicas da blitz ainda estava para acontecer: passados alguns minutos, e por causa do «blackout» obrigatório (processo de reduzir a iluminação ao mínimo para não orientar os aviões inimigos), um enorme autocarro de dois andares precipita-se no meio da escuridão na cratera formada pela explosão da bomba. Paradoxalmente, este último episódio não irá causar vítimas, mas a presença do veículo afundado nas fotografias - a de cima, excepcionalmente, é a cores - dá uma outra dimensão à extensão dos estragos. Tornar-se-á uma das fotografias mais emblemáticas daqueles tempos difíceis, a que há que acrescentar ainda o pormenor irónico da publicidade lateral à compra de títulos de guerra (war bonds) no autocarro tresmalhado (abaixo, uma fotografia dele, um bocado desconjuntado, depois de içado da cratera). Desnecessário dizer, aquele trecho de metro ficou inutilizado mas a estação de metro de Balham viria a reabrir três meses depois.
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