12 de Outubro de 1960. Creio que não vale a pena voltar a mencionar no Herdeiro de Aécio o episódio do sapato de Khrushchev, utilizado pelo próprio como instrumento de percussão e perturbação em plena assembleia geral da ONU há precisamente 60 anos: já em 2009 aqui me havia referido a esse episódio que vive mais da reputação de ter acontecido do que de provas documentais (escassas) que tivesse mesmo acontecido (acima). O que em 2009 ainda não existia era um outro episódio, ocorrido em 2018, na sessão desse ano dessa mesma assembleia da ONU e que tem um significado tão simbólico e supérfluo quanto o do sapato do russo, quando o presidente americano arrancou umas sonoras - mas não previstas... - gargalhadas de troça da assistência, enquanto se auto-elogiava até às raias do absurdo no discurso que então proferia. Um e outro foram, nas respectivas alturas, qualificados de broncos. As assembleias gerais da ONU já viram muitos, mas a importância dos países que ambos dirigiam deu uma ressonância particular a qualquer um dos episódios. Reconheça-se que o prestígio desses países não terá caído acompanhando directamente o prestígio internacional dos próprios, mas não se pode dizer que os seus comportamentos naquele foro internacional tenham ajudado a consolidá-los.
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