11 de Outubro de 1940. Atente-se ao detalhe da notícia ao lado, que se reporta à inauguração da «sinalização luminosa» no cruzamento da avenida da Liberdade com a rua Alexandre Herculano, um sistema a que os condutores portugueses não estariam habituados. A notícia é preciosa nos detalhes informativos úteis para eles: «vermelho para parar, verde para passar e amarelo nas transições entre as duas cores, também proibitivo da marcha». A instalação do dispositivo («Cerca das 13 e 30 foi suspenso o trânsito pela faixa central da avenida e começaram as experiências, que deram excelentes resultados.»), não tendo tido direito a uma cerimónia de inauguração formal, foi, ainda assim supervisionada no local pelas mais gradas figuras da hierarquia técnica («...o sr. capitão Maia Loureiro, comandante da Polícia de Trânsito e engenheiros Judah Ruah, Mendes Leal e Castro Nery, respectivamente director dos serviços técnico-especiais, chefe de repartição de Viação e Transportes e chefe dos serviços de iluminação da Câmara Municipal de Lisboa,...»). «As experiências foram dadas por concluídas às 14 e 30, hora a que começou o novo sistema», hora essa a que o capitão, os engenheiros e mesmo os eventuais doutores omissos da notícia se terão ido - presume-se - embora. Depois disso terá ficado o sempiterno conjunto de basbaques destas ocasiões, a maravilharem-se com as novas tecnologias. Uma tarde de Sexta-Feira bem passada. O resto da notícia do Diário de Lisboa fornece os outros detalhes de como cruzar o cruzamento iluminado.
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