04 fevereiro 2023

O ANÚNCIO DA DESCOBERTA DO CORPO DE RICARDO III

4 de Fevereiro de 2013. Em conferência de imprensa, os cientistas da Universidade de Leicester do Reino Unido, anunciam que os restos mortais, que haviam sido desenterrados cinco meses e meio antes de uma vala medieval, situada debaixo de um parque de estacionamento moderno, eram, para lá de qualquer dúvida, os restos mortais de Ricardo III, um rei inglês que reinara entre 1483 e 1485 e que morrera numa batalha (Bosworth) que se travara não muito longe dali. Para obter essa certeza, várias ciências haviam-se coligado com a arqueologia: a datação por radiocarbono (para datar com a maior precisão a data de enterro do corpo e a antiguidade dos artefactos que o acompanhavam), a osteologia (já que se sabia que Ricardo III possuía uma deformação óssea), a ciência forense (para enquadrar as lesões que o esqueleto exibia, indicativos de uma morte violenta) e, finalmente, a genealogia e a genética (que permitiu efectuar comparações do DNA mitocondrial com pessoas vivas com quem Ricardo III possuiria uma correspondência perfeita). Foi só depois da confirmação conjugada de todas estas disciplinas que se procedeu ao anúncio mundial. A identificação dos restos mortais do rei Ricardo III - cujo paradeiro se ignorara por cerca de 440 anos - é um dos grandes feitos da arqueologia do século XXI. Apesar de Ricardo III continuar a ser uma personagem historicamente antipática, os restos mortais do rei vieram a ser devidamente enterrados na catedral de Leicester numa cerimónia em Março de 2015.

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