23 de Fevereiro de 1903. Entrada em vigor do Tratado que cede em regime de aluguer intemporal a área da baía de Guantanamo, situada no sul da ilha de Cuba (veja-se o mapa acima). Ocupando uma área de 177 km², o território foi concebido originalmente para se tornar uma base naval e um depósito de carvão da Marinha dos Estados Unidos, numa época em que o carvão era o combustível dos couraçados e a autonomia destes últimos era muito reduzida quando em comparação com os padrões modernos. Mesmo tendo perdido essa razão primordial para a sua existência a partir da substituição do carvão pelo petróleo, a base manteve-se. Mas a importância da base de Guantanamo só adquiriu relevância quando, a partir de 1959, e ao contrário do que acontecera até então, passou a existir em Cuba um regime hostil aos Estados Unidos. O governo cubano tentou por todos os meios que os Estados Unidos abandonassem a base, mas as sucessivas administrações americanas recusaram-se: ao contrário de outros acordos do género, este não contempla qualquer prazo de vigência e os inquilinos persistem em continuar. Já no século XXI, a base adquiriu uma notoriedade redobrada quando foi escolhida para local de uma prisão militar que, pela peculiaridade da sua localização (não é um território dos Estados Unidos), escapa aos direitos e garantias legalmente concedidos a qualquer preso nos Estados Unidos. Ao todo, terão estado ali detidos cerca de 780 prisioneiros provindos dos mais variados países do Mundo, mas com o traço comum de serem muçulmanos. Foi mais uma daquelas iniciativas que contribuiu para o nadir reputacional por que os Estados Unidos passaram no início deste século.
Sem comentários:
Enviar um comentário