Republicação
Edição do Diário de Lisboa (jornal pró-comunista) de 8 de Fevereiro de 1983. Depois da desagregação da AD, que se consumara em meados do mês anterior, o país estava num compasso de espera até à realização das próximas eleições, que haviam sido marcadas para o próximo dia 25 de Abril de 1983. E as movimentações sucedem-se. Consideradas as simpatias do jornal, o destaque vai naturalmente para as greves fomentadas pelo comunistas do PCP (a amarelo, bordejado a vermelho). Parece haver até volúpia no anúncio de que No trânsito foi o caos como consequência da greve coordenada dos transportes colectivos. A luta política cega tem razões que a razão desconhece. Ao lado, na cor de laranja do PSD, aparece a notícia que assinala a saída de Balsemão, substituído por Mota Pinto. A situação também não se apresenta brilhante para o seu ex-parceiro de coligação, onde se vai nomear uma Comissão de Gestão (em azul de CDS). Mais enigmáticas são as pretensões de Carlos Candal do PS, na notícia assinalada a cor de rosa: o terço dos deputados que ele quer não se refere às ambições da quota parte dos deputados socialistas a eleger na próxima assembleia legislativa; o PS tem ambições maiores e justificá-las-á ao eleger 40% dos deputados (101); o que Carlos Candal se está sectariamente a referir é à percentagem de eleitos pelo PS que pertençam à lista do ex-secretariado que, no último Congresso, concorrera contra a lista vencedora de Mário Soares.
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