24 fevereiro 2023

EXERCÍCIO DE IMAGINAÇÃO

Hoje, dia de aniversário da invasão da Ucrânia pelos russos, é um exercício de imaginação apropriado avaliar as consequência do que teria acontecido neste último ano se o inquilino da Casa Branca se chamasse Donald Trump. Na sequência da invasão russa, os norte-americanos proporiam a Zelensky e ao governo ucraniano que se refugiasse na Polónia, para que ali constituíssem um governo no exílio. Mesmo que se esboçasse uma resistência militar à invasão, os ânimos dos combatentes teria sido outro, porque o conteúdo das reacções oficiais teria sido outro. O sucesso russo teria sido muito mais provável. E caso ele tivesse acontecido, se a Rússia de Putin tivesse vencido a Ucrânia de Zelensky, o resto da Europa estaria a viver agora num clima de total insegurança, acompanhada de uma instabilidade ao nível global. Para mais, e sobrepondo-se às declarações apologéticas que facilmente se adivinham proferidas por Donald Trump, haveria a questão da dependência energética do gás russo a incentivar a acomodação entre os países europeus mais dependentes e a Rússia prepotente. E todos aqueles populistas autocratas, que se ouvem por aí a defender as posições russas, poderiam acarinhar com muito mais projecção a pessoa e o estilo autocrático de Vladimir Putin, aproveitando-se simultaneamente do isolacionismo de Donald Trump para defenderem um maior distanciamento geo-estratégico entre europeus e norte-americanos. É tudo isso que tem estado em jogo e é uma sorte para a Humanidade que o primeiro erro que Vladimir Putin cometeu foi não ter reconhecido a sua oportunidade quando a teve - com o palhaço de Donald Trump na Casa Branca.

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