A «Pequena Entente» fora originalmente o resultado de assinaturas de tratados bilaterais de segurança mútua assinados ao longo de 1920, 1921 e 1922 entre a Checoslováquia, a Jugoslávia e a Roménia (acima, assinaladas a verde). Todos estes três países tinham expandido as suas fronteiras (a Checoslováquia tinha mesmo surgido!) quando do final da Grande Guerra (1914-18), e isso acontecera à custa da implosão do Império Austro-Húngaro. Portanto, o receio que os associava era o perigo de um revanchismo dos países derrotados em 1918: Áustria, Hungria e, sobretudo, Alemanha. Por detrás da associação entre aqueles três países era notório o apadrinhamento da França. Durante o primeiro decénio da sua existência, a «Pequena Entente» pouco mais fora do que um protocolo diplomático «in being» (transposição de uma expressão do inglês, «fleet in beeing», com o significado de uma frota que é importante apenas por existir, sem correr o risco e a necessidade de se engajar em batalhas navais para demonstrar as suas capacidades).Só que em 1933 o comportamento da Alemanha começara a modificar-se e as previsões eram que se iria modificar ainda mais com a chegada de Adolf Hitler ao poder. A 17 de Fevereiro de 1933 era notícia a assinatura no dia anterior em Paris(!...), de um pacto de funcionamento associando os três países da «Pequena Entente». O futuro da próxima meia dúzia de anos viria a demonstrar que este reforço dos laços entre eles poucas consequências práticas teriam. E o futuro muito mais longínquo (60 anos depois) viria a expor à evidência as fragilidades de dois deles e, por consequência, da própria «Pequena Entente» como aliança defensiva: Checoslováquia e Jugoslávia desapareceram com o fim da Guerra Fria.
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