7 de Junho de 1952. Num canto da sua primeira página, e escrevendo a notícia como se tivesse sabido do assunto por portas travessas não oficiais, o Diário de Lisboa dava conta de uma depuração que estava a ocorrer no topo da hierarquia do partido comunista e do Estado na Roménia. Cumpriam-se mais de sete anos desde que os comunistas haviam ali chegado ao poder, e quatro anos e meio desde que haviam assumido o poder em exclusividade, nomeadamente depois da abdicação do rei Miguel I. Ana Pauker, Vasile Luca e Teohari Georgescu (os assinalados na foto) são classificados na notícia como «transviados». O vencedor da disputa fora o senhor que bate palmas na extrema esquerda: Gheorghe Gheorghiu-Dej. Ora, há 70 anos, ser-se um comunista transviado num país da Europa de Leste era qualquer coisa de mau prognóstico para a saúde do transviado (exemplos que aqui mencionei na Bulgária ou na Hungria...). Isso não chegou a acontecer no caso concreto destes três dirigentes comunistas romenos (mas não de outros seus camaradas transviados...), que morreram todos eles na prisão (formal ou domiciliária), mas não executados.
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