24 junho 2022

O INCIDENTE DO VOO 009 DA BRITISH AIRWAYS

24 de Junho de 1982. Os pilotos do Boeing 747 da British Airways que realizava o grande voo de ligação entre Londres e Melbourne, na Austrália, assistem estupefactos à perda encadeada da potência em todos os quatro motores do aparelho! Eram cerca de 20:40 (hora local) e o avião voava então a mais de 11 mil metros de altitude sobre o Oceano Índico, realizando a ligação entre as cidades de Kuala Lumpur, na Malásia, e Perth, na Austrália Ocidental, quando entrou, sem que os pilotos reparassem (era de noite),  numa enorme nuvem de cinzas vulcânicas resultantes da erupção de um vulcão javanês. A admissão das cinzas nos quatros reactores do Boeing 747 havia provocado a sua paragem quase simultânea e era assim que um avião de 200 toneladas de peso (quando vazio!) se via obrigado a planar(!) sobre o oceano enquanto fazia um apelo para aterrar de emergência no aeroporto mais próximo, o de Jacarta, nessa mesma ilha de Java (Indonésia). Felizmente, porque o facto de ter de planar fez com que o avião perdesse altitude e, com isso, saísse da nuvem de cinzas, fez com que os pilotos recuperassem a potência nos motores, depois do que lhes devem ter parecido 13 eternos minutos sem qualquer motor operacional... O Boeing 747-200 acabou por aterrar com os reactores a funcionar sem mais incidentes no aeroporto de Jacarta, embora quase sem visibilidade, já que as cinzas haviam desbastado e riscado os vidros das janelas frontais da cabine de voo! O episódio tornou-se famoso depois disso, também porque teve um desfecho feliz, e chamou a atenção para um perigo para a aviação que não havia sido tomado devidamente em consideração até aí. Em Abril de 2010, a erupção de um vulcão islandês, com aquelas mesmas características de forte emissão de cinzas para a alta atmosfera, interrompeu preventivamente uma substancial parcela do tráfego aéreo na Europa.

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