15 junho 2022

«AS ÁRVORES MORREM DE PÉ»

Ao serão de 15 de Junho de 1972 a RTP procedia à retransmissão de uma peça teatral que transmitira originalmente em 7 de Março de 1966 (que fora o 9º aniversário da estação de televisão). A peça, que se intitulava «As árvores morrem de pé» era da autoria de um dramaturgo espanhol (então quase) contemporâneo mas relativamente desconhecido, Alejandro Casona (1903-1965), que a escrevera e a levara ao palco originalmente em 1949, quando se encontrava exilado na Argentina, em consequência da Guerra Civil de Espanha. A peça em si não é memorável - o tema principal é a evasão à realidade - a não ser por ter dado oportunidade de brilhar a uma actriz do teatro português já mais do que veterana, nonagenária: Palmira Bastos (1875-1967). Tornou-se emblemática a frase pronunciada por ela quase no fim da peça: - «Morta por dentro. Mas de pé! De pé, como as árvores!» A popularidade da peça e da cena aumentou com a morte de Palmira Bastos no ano seguinte (1967) e sucederam-se os pedidos para que a RTP a retransmitisse, o que não era fácil, já que, em termos de tempo televisivo, a peça tem uma duração que ronda as 2h25m. Mas lá veio a acontecer há precisamente 50 anos. Eu também a vi. Hoje a tão ansiada peça (filmada e transmitida a preto e branco, claro!) está facilmente disponível nos arquivos da RTP em três vídeos: (1) (2) (3)

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