18 de Junho de 1952. Termina com uma apresentação de desculpas da Suécia à União Soviética um assaz bizarro encadeamento de episódios que fizera com que nos cinco dias antecedentes dois aviões suecos se tivessem despenhado no Báltico (um DC-3 á esquerda e um hidroavião Catalina à direita), aparentemente por acção de caças da PVO soviética, que os teriam abatido. O primeiro havia sido o DC-3, a 13 de Junho, com 8 tripulantes a bordo, desaparecido sobre o Báltico. A 16 de Junho, um dos hidroaviões engajados nas buscas ao anterior, havia sido por sua vez abatido pela aviação soviética, só que, nesse caso, o aparelho conseguira amarar (como se vê na fotografia) junto de um navio alemão (ocidental...) e assim os seus 5 tripulantes haviam-se salvo... e permanecido livres. A notícia do Diário de Lisboa de há 70 anos, apesar de se estender pela primeira página, página central e última página, contém menos elementos substantivos sobre o incidente do que esta súmula que aqui escrevo. Catalinaffären, como o caso veio a ficar conhecido, quer dizer incidente do Catalina em sueco). A questão maior que se colocava, e que só era parcialmente respondida pela atitude sueca, era a de saber se os dois aviões suecos haviam violado o espaço aéreo soviético, o que justificaria, ainda que apenas formalmente, a resposta desproporcionada da sua aviação - note-se, para mais, que nenhum dos aviões suecos estaria armado. De qualquer modo, aquilo que acontecera era uma coacção não negligenciável na posição de neutralidade formalmente assumida pela Suécia no quadro da Guerra Fria. Mas, mesmo assim, não foi considerado por Estocolmo que o que acontecera fosse de gravidade suficiente para alterar essa posição, e fazer com que a Suécia pedisse a adesão à NATO... Algo, que 70 anos depois, a invasão da Ucrânia, conseguiu fazer...
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