2 de Junho de 1972. Estava a 42ª Feira do Livro de Lisboa sensivelmente a meio, e a organização fazia um primeiro balanço do evento. O destaque maior ia naturalmente para a incontornável queixa de que as vendas haviam baixado (em livros, ou seja no que for, raramente há notícias a destacar que as vendas aumentaram espectacularmente...). Mas o que se torna desconcertante é acompanhar a lista dos livros de ficção que mais se estavam a vender: «"Tempo de Cinzas" e "Estrada de Morrer" de Urbano Tavares Rodrigues, "Invocação ao meu corpo" de Vergílio Ferreira, "Sua Excelência" de Luís Sttau Monteiro, "Uma Abelha na Chuva" de Carlos de Oliveira e "Alentejo Desencantado" de Mário Ventura.» Com excepção do penúltimo (por sinal publicado originalmente em 1953 e que estaria a registar um interesse renovado por causa do filme homónimo, nele baseado, que se estreara no mês anterior), nunca mais terei ouvido falar dos outros títulos. 1972 não terá sido um grande ano para a literatura portuguesa.
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