Uma das queixas recorrentes das organizações dos Médicos (ordem e sindicatos) é o número excessivo de horas extraordinárias que os profissionais fazem. O artigo da Sábado acima, do lado esquerdo, de Novembro do ano passado é apenas um exemplo dessa insistente queixa, em que antecipam 1.000 horas extra acumuladas até ao fim do ano para os cirurgiões da urgência de cirurgia do Hospital de Santa Maria. Chegados ao fim desse ano de 2021, e só para dar mais um exemplo, podemos ver no site Esquerda.net (do Bloco de Esquerda), o mesmo Roque da Cunha do sindicato dos médicos a continuar a fazer barulho a respeito daquele mesmo tema das horas extra. Só que, ontem e para quem tivesse tomado atenção, toda aquela argumentação da sobrecarga de horas extras dos médicos ruiu. Perante a proposta governamental de aumentar os valores remuneratórios das horas extraordinárias, mas só a partir das que ultrapassassem as 150 horas de plafond, o sindicato (ainda o mesmo Roque da Cunha...) considerou a proposta «inaceitável», porque «não se aplicaria quase a ninguém»... 'pera aí! Se os cirurgiões da urgência de Santa Maria «acumulam» 1.000 horas extra por ano, e estando nós já em Junho, eles já devem ter para aí umas 400 a 500 horas em 2022. Muito acima das 150 de referência. Claramente elegíveis. E esses seriam apenas os expoentes da situação denunciada, porque aquilo que se deduzirá da descrição que tem vindo a ser insistentemente feita pelas organizações dos Médicos (ordem e sindicatos), qualquer médico das urgências já estaria nesta altura do ano com umas 200/300 horas extra acumuladas. Acima do plafond. Ou então... não. No século XX quando se pensava num doutor aldrabão, daqueles que diz não importa o quê em função da circunstância e da conveniência, pensava-se num advogado; no século XXI evoluiu-se...
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