19 novembro 2021

«VAE VICTORIBUS!»

A expressão mais conhecida (e citada) é «Vae Victis!» mas, consultando a composição desta lista de devedores que aparecia no Diário de Lisboa de 19 de Novembro de 1921, extraía-se a conclusão de que também não fora grande coisa ter vencido a Primeira Guerra Mundial e que «coitados dos vencedores!» Se «os números falavam» (como se escrevia no antetítulo), teria convido ao jornalista tê-los ajudado, aos números, a explicarem-se: dos mais de dez mil milhões de dólares de créditos que os Estados Unidos dispunham sobre o estrangeiro em 1921, 90% da dívida pertencia a três grandes países vencedores da Grande Guerra: o Reino Unido (41%), a França (33%) e a Itália (16%). E, se a França estava à espera que fosse a Alemanha a compensá-la com indemnizações de guerra, o Reino Unido, para além disso, aguardava por sua vez que os outros países vencedores lhe pagassem aquilo que lhe deviam a si. Portugal, por exemplo, tinha a virtude de não aparecer nesta lista para com os Estados Unidos, mas aparecia noutra: a dos devedores ao Reino Unido, com cerca de 23 milhões de libras (109 milhões de dólares ao câmbio da época).

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