Confesso: estou a tentar sintonizar-me com a corrente de tolerância indulgente que me parece dominar a sociedade portuguesa nos dias que correm. Temos um canal de televisão que inaugura a sua emissão com uma entrevista destacada a um escroque que anda foragido à justiça portuguesa. Uma entrevista naturalmente simpática, senão o homem - o escroque - não se prestaria àquilo.Temos também um presidente da República que conversa, ainda que indirectamente, com esse escroque diante das câmaras, como que o admoestando, que essas coisas que ele - o escroque - queria também não são assim, têm que se fazer com tempo. No mesmo dia aparece uma outra notícia (a que se deu muito menos importância) que dava conta de um conjunto de mandados (33!) aplicados a vários responsáveis ligados à transacção de passes de jogadores do FC Porto. Neste caso, e porque se aplica o princípio da presunção de inocência, ainda não se trata de escroques, mas de pessoas do mundo do futebol, uma classe que, como explicou o primeiro-ministro noutro contexto, não se confunde com exigências de ética para as restantes actividades. É impressionado por essa tolerância indulgente que me apetece adicionar uma legenda à fotografia supra, admitindo que até mesmo um deficiente de cadeira de rodas tem os seus momentos em que lhe apetece fazer uma mija, não será?! E o que será um aldrabãozito destes comparado com um João Rendeiro ou com um Pinto da Costa?...
Não para publicar!!!
ResponderEliminarO seu blogue é demasiado bom para ter erros de jornalista. Por favor não confunda mandados com mandatos.
Os melhores cumprimentos.
Tem toda a razão. Obrigado.
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