Goscinny ensinou-nos há mais de 40 anos como se consegue promover algo absolutamente inútil: um menhir. A campanha que acima vemos a ser apresentada a Júlio César por um tecnocrata romano descaradamente inspirado em Jacques Chirac (quando jovem), faz-nos lembrar as razões para que o livro de José António Saraiva, não possuindo qualidade ou utilidade alguma, se tenha transformado num êxito editorial. Explica-nos quem sabe que o autor já se estreara em livros do mesmo género, embora mais suaves, e que outros autores já haviam publicado livros coscuvilheiros do mesmo calibre perante o desinteresse geral. E com essa constatação, lá se parece ir a teoria do comportamento indecoroso congénito dos portugueses... A haver diferença neste caso, ela terá que ter estado na promoção. Que, como no menhir, aqui também terá recorrido à infra-estrutura D embora com uma subtil diferença: não o que provoca a inveja, mas antes a irritação dos vizinhos. Porque, para além das que, naturalmente, foram dirigidas ao próprio livro, tantas foram as críticas antecipadas a quem se dispusesse a lê-lo, que o resultado terá resultado contraproducente: segundo o jornal i, o livro já vai na sétima edição. Esperemos apenas que não se repita o que aconteceu em Obélix e Companhia, o álbum de BD de onde foi retirada a passagem acima, quando o sucesso comercial do menhir veio a descambar numa moda e na saturação do mercado...
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