Se ontem, quando aqui escrevi um texto a respeito do desvelo como a revista liberal The Economist acompanha as vicissitudes internas do partido trabalhista, ainda não me aparecera uma reacção oficial da revista à relegitimação reforçada do líder trabalhista, hoje aí está ela, reconhecendo não apenas o óbvio (que Jeremy Corbyn foi reeleito), como prestando os seus conselhos (eis o que os trabalhistas moderados devem agora fazer). Estas publicações anglo-saxónicas têm - felizmente - uma tradição diferente da nossa hipocrisia de aparentar uma falsa equidistância política: ainda ontem o New York Times anunciou o seu apoio a Hillary Clinton, por exemplo. Mas isto que a The Economist parece fazer, porque o trabalhismo não é a sua praia, é muito diferente: é procurar formatar o jogo condicionando as regras de quem pode aceder a ele. O que, por causa das ideologias que norteiam as publicações, pode dar origem a erros de paralaxe política assaz grosseiros: porque é que se pode observar esta disponibilidade para orientar os moderados de um partido de esquerda na oposição, mas não se imagina gesto equivalente (orientar os moderados) num partido de direita no governo, como aconteceu nos últimos quatro anos com o PSD português?...
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