03 setembro 2016

A BIBLIOTECA DE UM E O PERCEBER DE FINANÇAS DOS OUTROS

Na mesma semana em que o Observador e Rui Ramos aparecem a brandir o papão da reimposição do proteccionismo comercial ao estilo dos velhos anos 30, a revista The Economist quer-nos fazer concluir que os desequilíbrios que estão a ser provocados pela globalização não se vão resolver sozinhos. O liberalismo tem cada vez mais cambiantes e o económico, ao contrário do ideológico, há muito que descartou a mão invisível de Adam Smith como processo correctivo natural. O El Dorado do texto acima («a maior área de comércio livre do mundo») corre o risco de não vir a existir, enquanto os gráficos do de baixo mostram-nos que a situação do comércio mundial é suficientemente complicada já assim (...the problem of global imbalances), para que se tenha que descobrir outras soluções que não a amplificação purificadora do que já existe. Ao contrário do Jesus Cristo de Pessoa que eu aqui repetidamente invoco, ignorante em tudo e desprovido de tudo, consta que Rui Ramos lá terá a sua biblioteca, mas parece-me que são os outros, os que escrevem na Economist, aqueles que percebem de finanças...

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