A fotografia foi feita a 30 de Abril de 1945 e a embaixada alemã em Estocolmo, acantonada por detrás de uma proteção de toros de madeira e que acabara de ser informada da morte de Adolf Hitler, exibe a sua bandeira a meia haste, em sinal de luto. O que se torna bastante mais difícil é encontrar fotografias desse mesmo dia que nos mostrem qual foi a atitude oficial adoptada pelo governo sueco - como se apresentavam as bandeiras suecas em Estocolmo nesse dia?... As notícias publicadas numa cidade tão distante quanto Lisboa indiciam que a Suécia, como de resto os restantes países que se mantinham neutrais nessa Segunda Guerra Mundial prestes a terminar (Portugal, Espanha, Irlanda e Suíça) cumpriram, ainda assim, a formalidade de fazer luto oficial por um chefe de estado que falecera no exercício do cargo.
Mas a Suécia é uma democracia tão avançada que existem mesmo consensos quanto a assuntos que não devem ser escrutinados: o tema da evolução da conduta do país ao longo da Segunda Guerra Mundial é um deles. Afigura-se-me que a decisão nem é controversa: isso é para os países da Europa meridional, como Portugal. O que se reconhece na Suécia é que há que enaltecer as manifestações de simpatia para com a causa aliada, afinal os vencedores do conflito, e esquecer as que não o foram. Hoje tornaram-se raridades os documentos que mostram que na Suécia também terá havido muitos que mostraram simpatias entusiásticas para com a causa alemã. O senhor sueco que na fotografia abaixo acompanha Adolf Hitler chamava-se Birger Furugård (1887-1961). Pergunto-me, quanto suecos saberão da sua existência?
A falta que lhes faz não terem tido uma figura como o professor Fernando Rosas...
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