21 maio 2016

E DEPOIS DO ADEUS...

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Aqui há uns dias houve quem escrevesse de Atenas e constatasse que, seis anos depois da chegada da Troika à Grécia, o metropolitano local continuava em funcionamento com o pagamento do respectivo bilhete como opção do utente. Hoje é a capa do Jornal de Notícias que nos informa que, cinco anos depois da chegada da Troika a Portugal, mais de ⅔ das pessoas no Porto preferem não pagar o estacionamento. A primeira conclusão que me ocorre, mais instintiva, é que a próxima vez que quiserem mandar José Rodrigues dos Santos numa reportagem em que ele se indigne muito com os borlistas locais, a RTP pode poupar no bilhete de avião. A segunda conclusão, mais reflectida, é que perante este panorama no terreno, parece inferir-se que uma parte apreciável das famosas reformas estruturais preconizadas pela Troika tendem a tornar-se numa paródia - ou não se fazem ou as coisas tendem a retornar ao estado nativo. António Costa é um optimista descabelado mas tudo o que se discute em Bruxelas também será só para levar moderadamente a sério. É um impasse a pedir: a) ou uma solução à Brecht com a dissolução do povo e a eleição de novos povos; b) ou uma solução prevendo guarnições de ocupação formadas por técnicos (nós já cá tivemos o Vítor Gaspar, mas agora seriam contingentes mais numerosos e a uma escala mais microeconómica).
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