As notícias que eu mais aprecio são aquelas que têm o potencial de, se e quando desenvolvidas, poderem degenerar num embaraço para quem parece aparentemente insuspeito e alheio ao caso quando do seu anúncio. É assim que, recuperando abaixo os cabeçalhos de O Sol e começando por aproveitar as escutas telefónicas, essa instituição nacional que se parece com o ditado das bruxas (não devemos acreditar nelas mas que as há, há), ficámos a saber que um ex-primeiro-ministro, em querendo e estando bem relacionado, pode tentar condicionar a escolha os directores de jornais assim como um presidente de um grande clube de futebol pode fazer o mesmo aos árbitros dos jogos que o seu clube disputa. Azar para Proença de Carvalho que tem conseguido flutuar como rolha de cortiça por cima das vicissitudes da política portuguesa e para os interesses que ele representa. Ficámos também a saber que Miguel Relvas continua em forma nas suas mescambilhas, apesar de aparentemente há muito ter caído em desgraça e abandonado o governo. Azar (mais um...) de Pedro Passos Coelho que assim demonstra que se mostrou incapaz de manter o seu aliado político com rédea curta para não o deixar fazer mais disparates. E ficámos a saber qual uma das explicações possíveis para as razões pelas quais as elites angolanas se movimentavam com tanto à vontade em Portugal, apesar da natureza suspeita de muito do que se ia sabendo que faziam. Azar para a classe dos magistrados justiceiros (linha Cândida Almeida ou Maria José Morgado) quando se levantam as suspeitas de que a essência de um certo tipo de problemas de corrupção (que tanto os indignava) podia afinal radicar em episódio ocorridos em gabinetes ao lado dos seus.
O dr. Proença continua, pago principescamente, a fazer pela vida http://www.cmjornal.xl.pt/tv_media/detalhe/global_media_prepara_entrada_de_chineses.html
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