04 fevereiro 2016

119 ANOS DEPOIS DA DE MARK TWAIN (2)

Pelos vistos, este fenómeno de assassinar prematuramente figuras do espectáculo para conquistar os nossos cinco minutos de fama internética será coisa muito mais comum do que aquilo que se pensaria. Ainda anteontem houve quem anunciasse preemptivamente a morte do actor José Pedro Gomes. Hoje deparei-me no facebook com o passamento de Jô Soares. Talvez por ter ocorrido no Brasil e a notícia ter vindo de barco (que a data da notícia original é 20 de Janeiro de 2016) foi só hoje que a Sra. D. Maria do Carmo Leitão a partilhou no seu mural do facebook em rigoroso exclusivo nacional. Nem a incomodou que não houvesse um único jornal brasileiro ou português que a acompanhasse no conhecimento do segredo... Quanto à Maria que redige a notícia original (abaixo), em contraste com o José Pinto que anunciara a de José Pedro Gomes e que gostava de frases grandiloquentes e de muitos(!!) pontos de exclamação, esta parece fazer o modelo do necrólogo prestável, mata o Jô com um enfarte devido à sua gordura (nada de agonias prolongadas) e, sobretudo, dispõe-se a prestar apoio à família do falecido... Acho que não há melhor serviço que a Maria possa prestar à família (e aos admiradores) do que o anúncio da ressurreição de Jô Soares.
A sério e como desabafo: episódios como estes são verdadeiras machadadas nas nossas ilusões sobre o discernimento dos outros. Apetece-me recuperar a famosa frase de Orwell mas dando-lhe um sentido novo, diferente: Nestas novas formas de expressão pública do século XXI, somos todos iguais mas há uns que se tornam mais iguais que os outros...

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