17 fevereiro 2016

A ANTEPASSADA DA «PLAY-BOY»

Carnival foi uma revista do grupo editorial Hillman que é um excelente exemplo daquilo que foram as antigas revistas norte-americanas especialmente vocacionadas para um público masculino, antes do aparecimento da icónica Playboy. O grupo editorial e Alex P. Hillman, que o fundou em 1938, ficaram conhecidos pelo seu conservadorismo político e uma revista deste género pode considerar-se de uma certa forma paradoxal numa sociedade (e para um meio político) que é conhecida pelo seu pudor (onde mais os políticos costumam ser tão atacados pelos seus deslizes com saias?), mas o apetite pelo lucro também torna coerente a presença de revistas do grupo num segmento de mercado que era particularmente rentável (onde é que imagina um G.I. sem a sua pin-up afixada na porta interior do cacifo?). Neste seu número de Dezembro de 1953 (A Magazine of Excitement, lê-se na capa), o pretexto para as exibir - às pin-ups - é uma demonstração - prática - dos limites legais do desnudamento nas sessões de strip-tease de acordo com as leis então vigentes em cada estado: Kansas, Califórnia, Nova Iorque, Illinois, Texas, Florida ou Louisiana. Ora dá-se a coincidência de Dezembro de 1953 ser também o mês em que saiu a primeira edição da Playboy (abaixo). E era um começo de arromba. Não se sabia as inclinações políticas de Hugh Hefner, mas o gosto e a ousadia de que dava mostras - a primeira edição continha um poster a cores de Marilyn Monroe nua - fazia com que a sua Playboy pudesse ser vendida ao dobro do preço da Carnival (50 vs. 25 cêntimos).

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