O momento imortalizado pela fotografia é o do cumprimento trocado entre Óscar Carmona e António de Oliveira Salazar por ocasião da cerimónia de inauguração da Exposição do Mundo Português em 23 de Junho de 1940. A fotografia oficial é a da esquerda, percebendo-se pela linguagem corporal o respeito mútuo (mais frio e formal o de Salazar) das duas figuras cimeiras do Estado Novo. O exercício a que procedi na fotografia da direita foi o de ajustar ligeiramente a inclinação da fotografia tomando por referência os mastros (supostamente verticais) que aparecem precisamente por detrás de Carmona. E os 2º da correcção endireitaram subtilmente o presidente da República aprofundando por sua vez a vénia do presidente do Conselho, alterando imperceptivelmente aquilo que se poderia interpretar da relação entre ambos. Mas, do pormenor, sempre se pode dizer que é o género de inclinação que, de tão ligeira, até poderá ter acontecido por acaso. Talvez.
A inclinação de ambos denota respeito mútuo, fique a pronunciada vénia do presidente do Conselho 2º mais acentuada ou não. Talvez o fotógrafo fosse amigo pessoal do senhor do fraque e não pretende-se deixar registada a sua posição corporal tão desequilibrada, esquecendo-se da referência dos mastros.
ResponderEliminar