Tenho uma certa dificuldade em compreender a assertividade das opiniões que se ouvem por aí vindas das próprias fileiras de militantes e simpatizantes a respeito da campanha do PS. É um daqueles campos em que só admito que a fundamentação das opiniões sobre a eficácia das campanhas, por mais arreigada que pretenda parecer, é intangível, não se pode rebater factual ou substanciadamente. A tê-la eu, opinião sobre isso das ilustrações das campanhas, é que toda a ciência associada à feitura dos cartazes eleitorais será completamente marginal para o desfecho das eleições, compare-se o da actualidade com a mediocridade do de há vinte anos que, apesar disso, não impediu António Guterres de ganhar expressivamente as eleições com 44% dos votos. E tê-las-á ganho, não por causa do slogan Razão e Coração (que era uma merda tão inócua quanto o Tempo de Confiança actual de António Costa), mas porque as pessoas estavam saturadas do PSD no poder e também porque Fernando Nogueira não optou pela rosqueirice de renegar selectivamente o que havia de mau na herança cavaquista. Agora, aquele que gosta de se considerar o discípulo dilecto de Nogueira, Pedro Passos Coelho, não tem desses pruridos. Vale tudo e a amnésia também. Mas também António Costa não parece capaz de mobilizar o descontentamento: em 1995 foram votar 5,9 milhões de eleitores, nunca mais se conseguiu repetir essa afluência às urnas em eleições seguintes e as indicações das sondagens é que o mesmo (não) acontecerá em Outubro próximo.
Adenda: Confirmou-se a previsão: 5,4 milhões de votantes.
Adenda: Confirmou-se a previsão: 5,4 milhões de votantes.
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