Completaram-se ontem 40 anos sobre a sessão de encerramento da Conferência de Helsínquia. Não foi o fim da Guerra-Fria mas poderá ter sido o princípio do fim da Guerra Fria, embora na época fosse considerado como uma grande vitória diplomática da União Soviética. Estiveram presentes e foram signatários do Acordo os representantes de quase todos os países europeus – a excepção foi a Albânia – mais os Estados Unidos e o Canadá, por serem membros da NATO. O calendário da assinatura não vinha bem a calhar para um Portugal – representado pelo presidente Costa Gomes – em pleno Processo Revolucionário em Curso e muito hesitante quanto ao seu alinhamento geoestratégico, mas as necessidades dos poderosos impõem-se e os outros submetem-se. Nem de propósito, a fotografia mais simbólica da sessão não contém ninguém a assinar: nela aparecem antes os responsáveis das duas Alemanhas (Honecker e Schmidt) conversando entre si embora separados por um corredor, uma divisão que fora reforçada com aquela Acta, para preservação da Paz na Europa. Para os alemães isso terá sido um sacrifício em prol da Europa, para todos os outros isso era uma consequência de terem desencadeado e perdido a Segunda Guerra Mundial. É um assunto que, ainda agora, permanecerá controverso. Registe-se como curiosidade final que, lendo as placas, se percebe que a língua de trabalho da Conferência terá sido o francês.
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