Apesar de um arranque que foi um desapontamento (acima), os cartazes para as próximas eleições têm sido uma agradável surpresa, tanto em qualidade quanto em quantidade – não sei se o ephemera do José Pacheco Pereira chegará para tantas encomendas de arquivo. O número de cartazes que surgem parecem as exportações do Paulo Portas: cada dia que passa bate-se um record. Melhor: toda esta criatividade dever-se-á ao empreendedorismo do povo português, que foi uma das bandeiras deste governo e deixará decerto a coligação muito feliz, apesar da forma severíssima como os cartazes julgam a sua governação. Aliás, a própria expressão os cartazes parece estar a adquirir uma vontade colectiva própria daquela mesma forma como especialistas económicos como Camilo Lourenço se costumavam referir a os mercados. A culminar, os custos de concepção serão nulos, o que não desagradará nada aos partidos, nem mesmo aos que mais defendem os direitos dos trabalhadores. De lamentar apenas que toda esta criatividade sarcástica acabe por não chegar realmente às paredes e expositores de Portugal como os cartazes mereciam.
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