Angela Merkel visitou ontem um centro de refugiados e foi recebida com vaias de um grupo que a imprensa internacional (e a portuguesa por arrasto, aprecie-se o conjunto de cabeçalhos acima) não hesitou em qualificar de extrema-direita e em quantificar em cerca de 50 pessoas. O que me intriga é porque será que, por cá, já se tendo instalado uma tradição de fazer esperas aos governantes para os vaiar (fossem eles do PS, sejam eles agora do PSD/CDS), não me lembro que haja a mesma preocupação por parte da nossa imprensa em destacar as afinidades ideológicas de quem vaia (que sabemos normalmente próximos do PCP - a extrema-esquerda) nem em procurar ser-se mais rigoroso quanto ao número dos que o fazem (algumas dezenas, uma meia centena)...
Note-se que é muito mais do que uma questão de se simpatizar ou não com José Sócrates (acima) ou com Pedro Passos Coelho (abaixo). É uma questão de não nos dispormos a que a comunicação social manipule as nossas simpatias. No vídeo abaixo, por exemplo, é evidente o expediente da contestatária em carregar propositadamente com a criança ao colo para dissuadir a reacção dos polícias. Só isso justificará a decisão de levar uma criança para uma situação de potencial aperto como aquela. Mas não se percebe se quem filmou e quem fez a montagem daquelas imagens se terá apercebido desse detalhe que a desfavorece. Afinal de contas, ninguém gosta de quando uma senhora destas pendura a criança no colo só para obter primazia nas caixas prioritárias do supermercado...
Sem comentários:
Enviar um comentário