Donald Trump voltou a encher manchetes ao anunciar numa entrevista que, se eleito em 2016, deportará todos os imigrantes indocumentados. Fui verificar fontes anteriores à controvérsia para confirmar se o número de 11 milhões de pessoas que se diz abrangidas pela decisão não estaria a ser inflacionado para reforçar as indignações e não está: Frequently Requested Statistics on Immigrants aund Immigration in the United States. Mais do que provavelmente Trump não será eleito, mas o que ele está a preconizar é uma deslocação forçada de populações que é de uma magnitude só comparável às promovidas por Estaline na União Soviética! O jornalista acima bem se pode mostrar argumentativo mas suponho que há afirmações em que é preciso reagir de uma outra forma,...
...em que é indispensável separar o sério do ficcional e/ou levar os disparates, porque perigosos, até às suas últimas consequências. De uma certa forma, a figura de Trump lembra, pelo seu despropósito, os infindáveis dispositivos inventados pelo Will E. Coyote na sua incessante tentativa de capturar e comer o Bip-Bip. Os espectadores faziam de conta que acreditavam que os engenhos funcionavam tal como faziam de conta que as sequelas dos fracassos – especialmente as quedas dos vertiginosos penhascos... – eram mínimas. Só que eram desenhos animados. Trump tem sido também tratado pelos media como um entretenimento, mas convém fazê-lo tomar consciência que (ainda) não é um cartoon e que numa campanha presidencial não pode pairar no vazio, propondo a deportação de milhões.
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