Quiçá em homenagem a António Borges, de que se comemora hoje o segundo aniversário da sua morte, António Horta Osório, outro guru vindo dos sucessos no estrangeiro, assumir-se-á agora como o seu aparente sucessor/doutrinador, pelo destaque dado ao que terá dito na Universidade de Verão do PSD. A potente cobertura mediática dada à sua mensagem¹ é de tal forma esfuziantemente acrítica que nos faz lembrar aquelas cenas de consagração onde os discípulos de Mao brandiam os seus exemplares do pequeno livro vermelho como se os pensamentos do mestre se tratassem dos dogmas mais importantes do Mundo. Até podemos mudar a cor ao livro (para azul), já que a ideologia liberal é radicalmente diferente do comunismo na sua devoção maoista, mas há que reconhecer que a inflexibilidade e a monotonia como as fórmulas salvadoras² costumam aparecer repetidas pelos doutrinadores de ambas as ideologias, as torna estranhamente parecidas. Engraçado como há pessoas como José Manuel Fernandes que estiveram e estão nas duas.
¹ Citada no Correio da Manhã, Diário Económico, Diário de Notícias, Expresso, Jornal de Negócios, Observador, RR, RTP, TSF, TVI24
² No caso de Borges e Osório a necessidade de (ainda mais) reformas estruturais (sem as concretizar), de competitividade, de vivermos dentro das nossas posses, controlando a dívida, de estímulo à concorrência, baixando o peso do Estado. No caso de Arnaldo Matos e Garcia Pereira era o reconhecimento que só aquela ideologia libertadora e de combate devia ser levada ao proletariado e a todos os oprimidos porque só ela poderia possibilitar que a revolta das massas removesse milhares de anos de exploração de classe e desse à luz o mundo novo do comunismo.
Sera que se o guro fosse o Antonio Simoes, do HSBC, a cobertura mediatica seria mais critica e menos esfuziante? Nao tive oportunidade para avaliar o numero de orgaos de informacao que noticiaram uma sua recente entrevista, mas nao deixarei de pedir um douto comentario ao Prof. Alexandre Quintanilha se e quando tiver essa possibilidade.
ResponderEliminarEsqueci-me de deixar o link:
ResponderEliminarhttp://www.publico.pt/n1704052
Pode-se fazer a comparação mas, comparando quem teve sucesso lá fora, o António Simões está para o Figo assim como o Horta Osório está para o Cristiano Ronaldo. O Figo casava com manequins e mal abria a boca, o Cristiano Ronaldo, além de ter filhos sem mães, tem um pensamento tão denso e é tão importante o que ele pensa que até foi entrevistado pelo Marcelo... Isto vai sempre dar à bola, para que uma metáfora seja compreendida com sucesso tem que meter futebol.
ResponderEliminarTouche! Gooolo de Guruuu! (Aproveito para me redimir da gaffe acima...)
ResponderEliminarAcerca da velocidade referida no post anterior, mal comparado, encontrei um outro post, num outro blogue, sobre meteoritos. Ali a metafora nao eh futebolistica, serve para falar de politicos e economistas.