30 junho 2015

O QUE É PRECISO PARA QUE UM ESCÂNDALO SE TRANSFORME NUM ESCÂNDALO

A notícia acima varreu os céus do princípio do mês como uma estrela cadente noticiosa em pleno dia. Vinda dos Estados Unidos, alguns órgãos a noticiaram mas sem terem querido explorá-la no seu potencial. Ou talvez não, se o fizessem seria contraproducente. Constata-se que a Transport Security Administration, por muito que faça parte da Homeland Security (entidade erigida depois do 11 de Setembro para lutar com outra eficácia coordenada contra todos os terrorismos), é um monumento à incompetência: 95% dos itens proibidos testados acabaram por entrar nos aviões? Parece ser a consagração da teoria que sugere que todo aquele ritual aparatoso a que os passageiros de avião são submetidos antes de embarcar se destina mais a tranquilizar os próprios, chateando-os, do que a assegurar verdadeiramente condições de segurança a bordo. Como já acontecera no 11 de Setembro, no dia em que os terroristas profissionais se quiserem tornar a apossar de um avião em voo, torná-lo-ão a fazer. Até lá dissuadem-se os amadores e intimida-se os estúpidos, mas não há qualquer volta a dar. Perante estas evidências costuma demitir-se o director do circo mas é pelo exposto que, vistas as coisas com um saudável distanciamento, não vale a pena dar projecção a um escândalo que nunca será resolúvel. É uma história que se presta a analogias.

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