22 junho 2015

EUROPA: A TÁCTICA E A ESTRATÉGIA DA SUA EVOLUÇÃO

Hoje, e embora ainda não haja certezas de como o será, poderá ser um dia importante para a História da Europa. Tacticamente e a contar com as evidências, tudo indica que serão as forças centrípetas a ganhar o dia. Contudo, dei por mim a perguntar, fazendo o paralelo com o período napoleónico, a que fase do ciclo corresponderá os acontecimentos que se desenrolam. Creio que não será certamente o equivalente aos tempos que acompanharam a batalha de Austerlitz (1805), que se sente que o apogeu da ideia da construção europeia é algo que pertence já ao passado. Será o equivalente a algumas das grandes batalhas subsequentes, Jena (1806), Friedland (1807) ou Wagram (1809) em que Napoleão se viu obrigado a reafirmar a sua hegemonia sobre o continente e sobre rivais recalcitrantes? Ou será a Grécia uma espécie de conflito de usura como o que os exércitos franceses sofreram na Península Ibérica (1808-14)? Todos concordarão que ainda não terá chegado o período da Campanha da Rússia (1812), muito menos as grandes batalhas, a de Dresden ou a das Nações, que a supremacia de efectivos aliados tornava de desfecho imprevisível na Campanha de 1813. Mas a minha convicção é que, estrategicamente, hoje como há duzentos anos, e por causa das acelerações dos últimos vinte anos, as forças centrífugas vão acabar por prevalecer e a União Europeia arrisca-se agora a terminar como uma concha oca de uma ideia boa mas mal implementada. Isto de erigir um bloco imperial na Europa, como o demonstraram os romanos há vinte séculos (abaixo), tem que ser feito a um ritmo mais espaçado, contando com a aceitação das populações e não apenas com a de algumas elites.

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