Ernst Thälmann (1886-1944) foi o mais proeminente dirigente do KPD (Partido Comunista da Alemanha) durante o período da República de Weimar. Foi por duas vezes o candidato do partido às eleições presidências, em 1925 e 1932. Da segunda vez chegou a apresentar-se à segunda volta quando a disputa era directamente entre Paul von Hindenburg e Adolf Hitler. Paul von Hindenburg foi eleito apesar disso e cerca de ¼ dos 5 milhões de eleitores de Thälmann mudaram indisciplinadamente o sentido do seu voto do primeiro turno, para reforçar Hindenburg, que nas circunstâncias parecia ser o último obstáculo à chegada de Hitler ao poder (analise-se o gráfico abaixo).
Mas não foi. Foi apenas um adiar do problema porque Adolf Hitler e o NSDAP chegaram ao poder um ano depois e Thälmann foi preso de imediato. Passou os onze anos seguintes como prisioneiro político até aos nazis o executarem em Agosto de1944. Como comunista mártir, Thälmann era um activo demasiado importante para que não viesse depois a ser aproveitado para a iconografia da República Democrática Alemã. A estátua acima, oferta do povo soviético ao povo alemão está instalada num parque das zonas mais nobres da antiga Berlim Leste. Tem sido várias vezes vandalizada e outras tantas recuperada. 25 anos depois da queda do Muro por lá continua, inócua, quiçá para aproveitamento futuro. Mas o que eu gosto naquela fotografia inicial (o autor é Christian Schulz) é como ela me desperta o contraste com aquele famoso slogan comunista dos amanhãs que cantam e o impacto da foto, ornada pelos apparatchiks e suas viúvas da vizinhança, em jeito dos anteontens que definham...
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