O primeiro-ministro foi a uma cerimónia no Portugal dos Pequeninos em Coimbra, inaugurou por lá qualquer coisa mas o importante é que fora nitidamente preparada uma encenação em que ele iria tentar desconstruir a imagem que o seu governo chegara a incentivar a emigração. Estou para identificar o jornalista (e o órgão para onde trabalha) que colocou a fatídica questão da emigração a Passos Coelho, para ele responder. Tenho sempre particular interesse em saber quem se presta aos fretes ao poder. Havia mesmo uma expressão preparada de antemão: mito urbano. A expressão teve impacto mas o contexto em que ela foi empregue teve-o menos junto dos simpatizantes do que entre os adversários políticos. A ouvirmos daqui para diante aquela expressão mito urbano, ela terá adquirido uma carga negativa para a credibilidade do primeiro-ministro (abaixo). E é bem feito para o PSD e o CDS!
O mundo da informação do Século XXI parece ter-se transformado numa colossal e contínua encenação. Se calhar já o era assim nos finais do Século XX e a única diferença era que a assistência não se apercebia disso. Mas a verdade é que hoje apercebe-se: se José Rodrigues dos Santos aparece no telejornal a dizer que os processamentos das declarações do IRS estão a decorrer com toda a normalidade, perguntamo-nos qual é a pertinência da notícia, para mais quando a nossa experiência pessoal muito recente nos mostra que a nossa própria declaração demorou 15 dias a ser validada, muito mais do que era comum nos anos precedentes. Que motivos podem levar a que um acto normal da administração pública (neste caso tributária) seja notícia, a não ser que a realidade esteja a ser precisamente o contrário daquilo que nos querem convencer? É a este nível de confiança que chegou a informação em Portugal...
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