12 junho 2015

DEPOIS DA TEMPESTADE DA TAP, UMA FOTOGRAFIA EVOCATIVA DE BONANÇAS DE OUTRA PRIVATIZAÇÕES

Quase como se se tratasse de um quadro, vê-se o representante da Três Gargantas que acabara de assumir posição no capital da EDP. Era um chinês, a sua gravata podia ter sido muito melhor escolhida, mas este chinês não se enquadrava na discrição destrambelhada que deles fizera Paulo Futre quando das eleições do Sporting. Ao lado do chinês, aquele que era então o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, assumia a pose mundana do anfitrião enquanto, ao lado direito de Portas, o outro ministro de Estado (e das Finanças) do governo, Vítor Gaspar, parece querer repetir esse mesmo gesto hospitaleiro, mas em versão nerd, com uma rigidez de boneco, a lembrar um polícia-sinaleiro prestável do tempo dos cabeças de giz. É sobre este último que repousa o olhar da última pessoa da foto, o seu colega e ministro da Economia Álvaro Santos Pereira; é um olhar tão prometedor que nem me arrisco a especular em que consistiria o que Santos Pereira pensaria intimamente naquele momento de Gaspar... Desconheço o autor deste instantâneo: merece a referência.

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