Houve alguém que pretendeu conferir credibilidade à narrativa de José Sócrates sobre Eusébio que foi por mim e, pelos vistos, por muitos outros, denunciada em blogues, o que evidencia o quanto o debate sobre estes temas pode não ser para se centrar no que é Verdade mas numa questão de pose e de procura de protagonismo – suponho que é o caso do escritor Domingos Amaral. Será que vale a pena rebater com argumentos adicionais alguém que argumenta que (naqueles anos) as férias escolares só começavam nos finais de Julho (é mentira) e que aos Sábados de tarde havia actividades escolares (que só começariam a partir das 16H30?) a que Sócrates poderia ter ido?
Seja, façamo-lo porque nem sequer se foi ao fundo da aldrabice. Socorramo-nos novamente da descrição de Sócrates, que nos disse que saíra de casa com Portugal a perder por 0-3 (0:33) e que quando chegara à escola já Portugal ganhava (0:49) e comparemo-la com a ficha do jogo, onde se lê que a Coreia do Norte marcou os seus três golos até ao minuto 25 da 1ª parte (15H25), tendo a recuperação portuguesa começado logo de seguida com o primeiro golo de Eusébio a ser marcado aos 27 minutos. Mas Portugal só passou à situação de vantagem no marcador (4-3) quando Eusébio marcou o seu último golo aos 14 minutos da segunda parte (16H14). E, pelo que afirma, Sócrates só chegou à escola depois disso.
Ficamos assim com a informação que o nosso antigo primeiro-ministro demorou naquele dia cerca de 50 minutos (das 15H25 às 16H14) a ir de casa para a escola – pormenor interessante para quem conhece a Covilhã… – e que as aulas (ou actividades escolares) desse dia só começariam depois das 16H14, pois Sócrates não se referiu a nenhum atraso da sua parte… Ou seja: quanto mais se aprofunda a história mais aumenta a sua inverosimilhança. Ele há coisas que são como são: não vale a pena adoptar poses à Vasco Pulido Valente de opinar contra o que é evidente. O VPV original torna-se ridículo ao fim de umas sessões; as cópias insuportáveis desde o início.
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