A necessidade de exemplos que corroborem o discurso dos pequenos sinais de retoma tem levado ao aproveitamento disparatado de indicadores económicos. Exemplo disso é a evolução do comércio automóvel que, atropelando a realidade, é-nos apresentado como já tendo registado um pequeno aumento em relação ao ano anterior. Entendamo-nos: por se tratar de um ramo de actividade que afecta substancial e negativamente as nossas contas externas, estou bastante longe de a considerar como uma daquelas actividades económicas a que se deva dedicar qualquer prioridade no ressurgimento económico que se deseja. Mas, pior do que isso, é dar-lhe a aparência de uma recuperação numa apresentação fraudulenta, porque as notícias que li, onde se noticiam as 127.000 viaturas vendidas em 2013 e o crescimento de 11,7% em relação ao ano de 2012, se esqueceram convenientemente de colocar os dados em perspectiva e explicar que o volume de vendas atingido no ano que findou representou uma progressão até aos mesmo níveis de actividade que haviam sido registados em 1981 – há 32 anos atrás…
Sem comentários:
Enviar um comentário