É preciso conjugar um certo conhecimento tanto técnico quanto histórico para perceber o que há de específico nas duas fotografias que constam deste poste. Na época da Guerra-Fria, em que os dois Blocos mantinham uma segregação tecnológica rígida, as duas aeronaves retratadas pertencem a um país de um dos lados do Bloco que as foi adquirir a um construtor pertencente ao outro lado, uma enorme raridade, digna deste destaque.
Por um lado há o Yak-40 de concepção soviética, um pequeno tri-reactor com capacidade para 24 a 32 passageiros e a possibilidade de operar a partir de aeródromos de pequena extensão e de piso não pavimentado que, considerada a ausência de concorrentes no Ocidente, veio a ser adquirido pela Olympic grega como a aeronave mais adequada para as ligações domésticas entre os inúmeros e precários aeroportos das dezenas de ilhas gregas.
Por outro há o Airbus A-310 que aparece, já no final da década de 1980, pintado com as cores da Interflug, a extinta companhia aérea da também defunta República Democrática Alemã. A raridade é já uma consequência da Perestroika, que permitiu às companhias aéreas de Leste optar pela primeira vez por aeronaves de concepção ocidental, com custos de exploração mais baixos no combustível e por níveis de poluição sonora mais reduzidos.
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