13 janeiro 2014

O AVÔZINHO BONDOSO

O ministro das finanças alemão afinal não será tão mau como o pintam. Reapareceu depois do Natal, com a legitimidade reforçada de quem foi recentemente reempossado, afirmando-se e reafirmando-se em entrevistas à comunicação social alemã disponível para ajudar a Grécia, uma atitude que, recorde-se um vídeo de uma conversa sua com Vítor Gaspar aqui há quase dois anos (abaixo), já lhe conhecíamos adoptada para o caso português, especial e exclusivamente por Portugal – subentendia-se na altura – se ter mostrado um bom aluno na adopção das medidas preconizadas pela troika. Embora a Grécia se tenha mostrado continuamente um aluno muito mais renitente e mesmo até insolente – Evangelos Venizelos, o vice-primeiro-ministro grego utilizou os mesmos meios de Schäuble (o jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung) para lhe responder, recordando cruamente que se a Grécia sair da zona euro, isso pode ser uma ameaça para o contribuinte alemão – a evidência tomada pelo distanciamento das intimidades com Gaspar é que a condescendência tolerante do ministro das finanças alemão, qual avôzinho bondoso, acaba pragmaticamente por se assemelhar em qualquer dos casos, independentemente do comportamento dos países prevaricadores.

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